quarta-feira, 29 de abril de 2015

Prutitititi

Prutitititi

Cachoeira do Bananal,
Terra que adoro,
Cantinho do sertão
Bom para se entreter
(quando a seca não lhe castiga).

Sua beleza faz o homem,
Do campo ou da cidade,
Sentir a emoção de estar vivo
E dar novos valores à vida bendita.

Não tem mar, nem belos rios perenes;
Tampouco faz jus ao nome,
Há poucas bananas (e sempre verdes).

Mas é abraçada de belos outeiros,
Tem o ar puro da natureza
E o carinho dos sertanejos.

Nesse chão norte - mineiro,
Na casa dos avôs me abrigo
E, no fim da madrugada,
Já se inicia o agito,

Com o cantar do galo,
O berrar do gado
E vô Abraão acordando os hóspedes,
Com a moda de viola no rádio.

Da janela do quartinho,
Vejo o ritual dos vaqueiros,
Secando o leite nas vaquinhas,
Para o desespero dos bezerros.
Sentar no passeio da casa
É algo prazeroso;
Lá ouço vô Abraão
Contar “causos” fabulosos,
Depois do almoço.

Mas tem algo que,
Desde criança,
Adoro mais
Que os outeiros, os “causos” e bezerros:

É o prutitititi de vó Vita,
Jogando milho,
Para as galinhas no terreiro.


Sávio Oliveira Lopes

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