Prutitititi
Cachoeira do Bananal,
Terra que adoro,
Cantinho do sertão
Bom para se entreter
(quando a seca não lhe castiga).
Sua beleza faz o homem,
Do campo ou da cidade,
Sentir a emoção de estar vivo
E dar novos valores à vida bendita.
Não tem mar, nem belos rios perenes;
Tampouco faz jus ao nome,
Há poucas bananas (e sempre verdes).
Mas é abraçada de belos outeiros,
Tem o ar puro da natureza
E o carinho dos sertanejos.
Nesse chão norte - mineiro,
Na casa dos avôs me abrigo
E, no fim da madrugada,
Já se inicia o agito,
Com o cantar do galo,
O berrar do gado
E vô Abraão acordando os hóspedes,
Com a moda de viola no rádio.
Da janela do quartinho,
Vejo o ritual dos vaqueiros,
Secando o leite nas vaquinhas,
Para o desespero dos bezerros.
Sentar no passeio da casa
É algo prazeroso;
Lá ouço vô Abraão
Contar “causos” fabulosos,
Depois do almoço.
Mas tem algo que,
Desde criança,
Adoro mais
Que os outeiros, os “causos” e bezerros:
É o prutitititi de vó Vita,
Jogando milho,
Para as galinhas no terreiro.
Sávio Oliveira Lopes
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