Método Socrático
Alguns perguntam onde busco inspiração.
Não a busco;
Sempre a encontro por acaso
Nas peripécias da vida.
Alguns me chamam de romântico
Porque falo de amor.
De fato, amo o amor,
Mas dele não conheço a compleição.
Alguns me lisonjeiam com palavras calorosas;
Insistem que descrevi,
Nas suas situações amorosas,
O amor com exatidão.
Sorrio,
Mas nem sempre acredito,
Pois vejo o amor
Como ciência imprevisível.
Se o amor fosse uma ciência exata,
O cálculo das probabilidades o excomungaria,
Pois iria prever que, por vezes,
Os infortúnios são maiores que as alegrias.
Permaneço, por fim,
No meu método socrático,
Pois, do amor enigmático,
Só sei que nada sei.
Sávio Oliveira Lopes
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