quarta-feira, 29 de abril de 2015

Cinderela



Cinderela


Ela disfarçava,
Balbuciando palavras,
O que eu não conseguia evitar
Na fulgura do olhar.

Publiquei no rosto o que queria,
Mas inerte me mantinha;

Oh, o tempo é um vapor!

Ela sorriu,
Por uns segundos me olhou nos olhos,
E me beijou.

O êxtase pela minha sorte
Foi enorme!

Não o sentiram os turcos
Na queda de Constantinopla;
Nem Colombo,
Em seu momento de glória.

A emoção que nos leva às nuvens,
Soltou-me sem paraquedas:
Dissera o meu amor
Não querer aliança, casamento ou qualquer amarra a ela.

Oh, não sentiu tamanha tristeza Napoleão perdendo a guerra!
Nem Luther King ao ver seu sangue verter a terra!

Com lágrimas,
Minha velha sina se encerra,
E, meu ciclo de felicidades curtas
E prazeres fragmentados se completa,
Vendo despedir-se, cabelo ao vento,
Minha cinderela.


                                       Sávio Oliveira Lopes

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