Estado imaginário
Não ouço mais vozes
Na madrugada,
Não vejo mais
Vultos na escuridão,
Deixei de acreditar
Em fantasmas,
Produtos da minha
criação.
Hoje tenho outros medos,
Outros tipos de
pesadelo,
Onde a possibilidade
É mais real
Que um mero devaneio.
Reconheci a vida
E admiti mitos,
mentiras.
E das mentiras as
verdades,
Que por mim não poderão
ser ditas.
De tudo que aprendi,
percebi,
Que o saber e a dúvida
Andam no mesmo passo
E o conhecimento
Leva-me a perguntas
Das quais as respostas
Nunca acho.
Queria de volta a
inocência,
Os primeiros erros
Do meu estado
imaginário;
Pois a multidão
Das minhas verdades
Afetam minha
tranquilidade.
Nos berços do meu
solilóquio
Vou juntando os dados,
Questiono as certezas,
E de silêncio as
embriago,
Quando a razão
Esclarece outra mentira
Deixando-me apavorado.
Sávio Oliveira Lopes
Nenhum comentário:
Postar um comentário